terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Polícia Federal indicia Daniel Dantas por falso dossiê publicado por Veja

A Polícia Federal indiciou o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, e o ex-diretor da Kroll Frank Holder sob acusação de crime de calúnia, enquadrado na Lei de Imprensa, pelo que considerou “armação” a produção de documentos nos quais constavam nomes como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como donos de contas bancárias no exterior. A PF diz que Dantas foi o mentor do falso dossiê e teria usado Holder para materializar a farsa, que ganhou capa da revista Veja em maio de 2006.
Uma investigação vinha sendo conduzida desde a publicação da reportagem, que trazia uma lista de autoridades brasileiras, supostas contas bancárias e os saldos de que dispunham. Entre os supostos correntistas estavam os ex-ministros Márcio Thomaz Bastos, Luiz Gushiken, Antonio Palocci e José Dirceu, além do senador Romeu Tuma (DEM-SP) e do ex-diretor da PF Paulo Lacerda, hoje comandando a Abin.
A PF acredita que o dossiê seria uma vingança de Dantas contra Lacerda pela Operação Chacal, que obrigou o banqueiro a responder a Ação Penal por crimes de violação de sigilo e corrupção. Os outros nomes teriam sido incluídos nos documentos para pressioná-los quando Dantas disputava o controle da Brasil Telecom com o Citibank e fundos de pensão, cujos diretores são nomeados pelo governo, e a Telecom Italia. Há mais de dois anos, o Opportunity perdeu o comando da Brasil Telecom.
Segundo o relatório da PF, o pedido de quebra internacional de sigilo para investigar a existência de supostas contas acabou frustrado por não haver fundamentos suficientes e acordos de cooperação jurídica que sustentassem a medida pleiteada. A investigação também revelou que o dossiê tinha pelo menos três versões e Veja sabia disso.
O banqueiro disse na ocasião à Veja, e repetiu em depoimento, que soube da existência do dossiê através da Kroll.
Se Dantas e Holder forem condenados por calúnia, eles podem pegar uma pena de prisão que varia de seis meses a três anos de prisão, além de multa. O Ministério Público Federal decidirá se aceita acusar ou não os dois executivos.

Do site:
www.comunique-se.com.br


Lucas Maraschim Matias

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