Pois bem.
Inicio o ano de 2008 trazendo para o blog um trabalho que fiz no ano de 2006, mais precisamente no dia 06 de outubro, na disciplina de Redaçao Jornalística II, do professor e amigo Rafael Hoff. Um trabalho legal para começar o ano.
LIVRO: “O ESTUDO DO JORNALISMO NO SÉCULO XX”
CAPÍTULO 4: “JORNALÍSMO CÍVICO: REFORMA OU REVOLUÇÃO?”
ESCRITOR: NELSON TRAQUINA
O autor Nelson Traquina inicia seu livro tratando sobre um movimento que surgiu nos Estados Unidos, no final dos anos 80. Este movimento, ao qual ele denomina como importante e polêmico, defende um “novo jornalismo”.
Segundo ele, o “novo jornalismo” é conhecido por diferentes nomes: “jornalismo comunitário”, “jornalismo de serviço público”, “jornalismo público” e “jornalismo cívico”. Traquina prefere utilizar o termo “jornalismo cívico” pois os assuntos tratados no capítulo do livro irão centrar os trabalhos no “cidadão”.
Nelson Traquina baseia seu trabalho neste capítulo em sondagens de opinião nos Estados Unidos, que, segundo ele, demonstram que a credibilidade dos mídia chegou ao ponto mais baixo. A sondagem nacional realizada nos Estados Unidos no ano de 1994 indica que somente 25% das pessoas entrevistadas concordam com a afirmação de que os mídia ajudam a sociedade a resolver seus problemas. Segundo a pesquisa mencionada pelo autor, do ano de 1973 para o ano de 1994 o percentual de pessoas que confiavam muito nos mídia caiu 13% (de 23% para 10%).
Nelson Traquina cita ainda o trabalho do professor universitário Jay Rosen: “o jornalismo pode e deve ter um papel no reforço da cidadania, melhorando o debate público e revendo a vida pública” (Rosen, 1994:373).
Uma citação de Shepard (1994:30) destaca que “a primeira manifestação do jornalismo cívico nasceu da frustração da cobertura presidencial. Muitos acreditaram que os mídia foram transformados pelas táticas de campanha negativa, obcecados com a cobertura do tipo corrida de cavalos e esquecidos em relação às questões julgadas importantes para os eleitores”. Estas eleições citadas acima, obviamente, dos Estados Unidos da América.
O autor do livro, Nelson Traquina, utiliza-se de inúmeros exemplos de veículos de comunicação dos Estados Unidos que lançaram projetos de jornalismo cívico, em meados dos anos 90 com o objetivo de tentar melhorar a qualidade de vida da comunidade.
Ele cita o jornalista Davis Merritt, para definir as linhas mestras do jornalismo cívico. Merrit diz: “Numa sociedade de indivíduos dispersos e abarrotados com informação descontextualizada, uma vida pública efetiva precisa ter uma informação relevante que é partilhada por todos, e um lugar para discutir as suas implicações. Somente jornalistas livres e independentes podem – mas habitualmente não conseguem – evidenciar estas coisas. Do mesmo modo, a vida pública efetiva requer atenção e o envolvimento de cidadãos conscienciosos, que só eles podem providenciar. Por outro lado, se as pessoas não estão interessadas na vida pública, eles não têm qualquer necessidade dos jornalistas nem do jornalismo”.
Davis Marrit, segundo Nelson Traquina, tem tom freqüentemente revolucionário. O jornalismo pode e deve ser uma “força fundamental” na “revitalização da vida pública”.
Merrit afirma que o jornalismo cívico é adverso ao Governo, o que prejudica a relação com o cidadão norte-americano. Segundo ele, a objetividade é um dos principais alvos a bater, apontando este conceito central como responsável para a valorização do valor de afastamento.
O jornalismo cívico que o escritor Merrit propõem, segundo cita Nelson Traquina, propõe mudanças a ponto de que ele (o jornalismo) encoraje o envolvimento do cidadão na vida pública, desenvolvendo nos jornalistas uma nova perspectiva com a utilização de um novo conjunto de instrumentos de trabalho.
Em outra citação do autor desta obra passam as palavras de Jay Rosen que, segundo ele, apesar das diferenças com Davis Merrit chegam a um consenso quanto ao jornalismo público.
Para Rosen o jornalismo cívico tem a disponibilidade para “quebrar com velhas rotinas, um desejo de ‘estar ligado de novo’ com os cidadãos e as suas preocupações, uma ênfase na discussão séria como atividade principal na política democrática, e um foco nos cidadãos como atores do drama público em vez de espectadores” (1994:376).
Ao tratar sobre o futuro do jornalismo cívico, Traquina trabalha com linha de tempo e procurar citar autores e obras para embasar suas teses. Segundo ele o jornalismo cívico representa uma importante brecha na busca frenética de notícias, na postura cínica para com a vida política, na dependência excessiva das fontes oficiais e na desatenção flagrante para com os cidadãos enquanto participantes ativos na vida pública.
Nelson Traquina por fim informa que o jornalismo cívico provocou uma discussão dentro do jornalismo norte-americano sobre os valores fundamentais para a profissão e lançou um alerta que sobre as tradicionais rotinas diárias dentro das redações. Mas o futuro do jornalismo cívico, prossegue Traquina, depende, em certa medida, de o movimento executar uma reforma e não uma revolução. O jornalismo cívico tem o potencial para renovar o jornalismo se não pretender uma ruptura com o seu capital já acumulado.
Ao analisar a obra de Nelson Traquina é possível, na minha concepção, perceber a metodologia de trabalho utilizada pelo autor. Traquina baseia-se em escritores famosos, passagens importantes para reforçar sua tese sobre a situação e a importância do jornalismo cívico para o mundo. Ele em alguns momentos demonstra um espírito revolucionário contido de certa forma quando coloca passagens de Merrit e Rosen, trabalhando com linha de tempo para embasar muito bem sua obra. Por fim, trata do futuro do jornalismo cívico, ao qual dá ênfase para mudanças nas redações jornalísticas e destaca a importância da comunidade num jornalismo de qualidade.
O livro é muito útil para um possível estudo aprofundado no jornalismo cívico. Concordo com a forma de Nelson Traquina utilizar passagens de obras importantes nesta área para reforçar sua tese. Tais argumentos podem induzir os leitores na forma de pensar e atuar neste jornalismo. Para a leitura de pessoas não relacionadas à área jornalística o livro é uma boa pedida, haja vista que incita a participação popular nos meios de comunicação.
CAPÍTULO 4: “JORNALÍSMO CÍVICO: REFORMA OU REVOLUÇÃO?”
ESCRITOR: NELSON TRAQUINA
O autor Nelson Traquina inicia seu livro tratando sobre um movimento que surgiu nos Estados Unidos, no final dos anos 80. Este movimento, ao qual ele denomina como importante e polêmico, defende um “novo jornalismo”.
Segundo ele, o “novo jornalismo” é conhecido por diferentes nomes: “jornalismo comunitário”, “jornalismo de serviço público”, “jornalismo público” e “jornalismo cívico”. Traquina prefere utilizar o termo “jornalismo cívico” pois os assuntos tratados no capítulo do livro irão centrar os trabalhos no “cidadão”.
Nelson Traquina baseia seu trabalho neste capítulo em sondagens de opinião nos Estados Unidos, que, segundo ele, demonstram que a credibilidade dos mídia chegou ao ponto mais baixo. A sondagem nacional realizada nos Estados Unidos no ano de 1994 indica que somente 25% das pessoas entrevistadas concordam com a afirmação de que os mídia ajudam a sociedade a resolver seus problemas. Segundo a pesquisa mencionada pelo autor, do ano de 1973 para o ano de 1994 o percentual de pessoas que confiavam muito nos mídia caiu 13% (de 23% para 10%).
Nelson Traquina cita ainda o trabalho do professor universitário Jay Rosen: “o jornalismo pode e deve ter um papel no reforço da cidadania, melhorando o debate público e revendo a vida pública” (Rosen, 1994:373).
Uma citação de Shepard (1994:30) destaca que “a primeira manifestação do jornalismo cívico nasceu da frustração da cobertura presidencial. Muitos acreditaram que os mídia foram transformados pelas táticas de campanha negativa, obcecados com a cobertura do tipo corrida de cavalos e esquecidos em relação às questões julgadas importantes para os eleitores”. Estas eleições citadas acima, obviamente, dos Estados Unidos da América.
O autor do livro, Nelson Traquina, utiliza-se de inúmeros exemplos de veículos de comunicação dos Estados Unidos que lançaram projetos de jornalismo cívico, em meados dos anos 90 com o objetivo de tentar melhorar a qualidade de vida da comunidade.
Ele cita o jornalista Davis Merritt, para definir as linhas mestras do jornalismo cívico. Merrit diz: “Numa sociedade de indivíduos dispersos e abarrotados com informação descontextualizada, uma vida pública efetiva precisa ter uma informação relevante que é partilhada por todos, e um lugar para discutir as suas implicações. Somente jornalistas livres e independentes podem – mas habitualmente não conseguem – evidenciar estas coisas. Do mesmo modo, a vida pública efetiva requer atenção e o envolvimento de cidadãos conscienciosos, que só eles podem providenciar. Por outro lado, se as pessoas não estão interessadas na vida pública, eles não têm qualquer necessidade dos jornalistas nem do jornalismo”.
Davis Marrit, segundo Nelson Traquina, tem tom freqüentemente revolucionário. O jornalismo pode e deve ser uma “força fundamental” na “revitalização da vida pública”.
Merrit afirma que o jornalismo cívico é adverso ao Governo, o que prejudica a relação com o cidadão norte-americano. Segundo ele, a objetividade é um dos principais alvos a bater, apontando este conceito central como responsável para a valorização do valor de afastamento.
O jornalismo cívico que o escritor Merrit propõem, segundo cita Nelson Traquina, propõe mudanças a ponto de que ele (o jornalismo) encoraje o envolvimento do cidadão na vida pública, desenvolvendo nos jornalistas uma nova perspectiva com a utilização de um novo conjunto de instrumentos de trabalho.
Em outra citação do autor desta obra passam as palavras de Jay Rosen que, segundo ele, apesar das diferenças com Davis Merrit chegam a um consenso quanto ao jornalismo público.
Para Rosen o jornalismo cívico tem a disponibilidade para “quebrar com velhas rotinas, um desejo de ‘estar ligado de novo’ com os cidadãos e as suas preocupações, uma ênfase na discussão séria como atividade principal na política democrática, e um foco nos cidadãos como atores do drama público em vez de espectadores” (1994:376).
Ao tratar sobre o futuro do jornalismo cívico, Traquina trabalha com linha de tempo e procurar citar autores e obras para embasar suas teses. Segundo ele o jornalismo cívico representa uma importante brecha na busca frenética de notícias, na postura cínica para com a vida política, na dependência excessiva das fontes oficiais e na desatenção flagrante para com os cidadãos enquanto participantes ativos na vida pública.
Nelson Traquina por fim informa que o jornalismo cívico provocou uma discussão dentro do jornalismo norte-americano sobre os valores fundamentais para a profissão e lançou um alerta que sobre as tradicionais rotinas diárias dentro das redações. Mas o futuro do jornalismo cívico, prossegue Traquina, depende, em certa medida, de o movimento executar uma reforma e não uma revolução. O jornalismo cívico tem o potencial para renovar o jornalismo se não pretender uma ruptura com o seu capital já acumulado.
Ao analisar a obra de Nelson Traquina é possível, na minha concepção, perceber a metodologia de trabalho utilizada pelo autor. Traquina baseia-se em escritores famosos, passagens importantes para reforçar sua tese sobre a situação e a importância do jornalismo cívico para o mundo. Ele em alguns momentos demonstra um espírito revolucionário contido de certa forma quando coloca passagens de Merrit e Rosen, trabalhando com linha de tempo para embasar muito bem sua obra. Por fim, trata do futuro do jornalismo cívico, ao qual dá ênfase para mudanças nas redações jornalísticas e destaca a importância da comunidade num jornalismo de qualidade.
O livro é muito útil para um possível estudo aprofundado no jornalismo cívico. Concordo com a forma de Nelson Traquina utilizar passagens de obras importantes nesta área para reforçar sua tese. Tais argumentos podem induzir os leitores na forma de pensar e atuar neste jornalismo. Para a leitura de pessoas não relacionadas à área jornalística o livro é uma boa pedida, haja vista que incita a participação popular nos meios de comunicação.
Boa quarta-feira
Feliz Ano Novo!
Lucas Maraschim Matias
Um comentário:
Olá Lucas!
Sou estudande de jornalismo e estou cursando o ultimo ano. Meu trabalho de TCC está relacionado com o jornalismno cívico. Vou utilizar o livro do Traquina (O estudo do jornalismo no seculo XX) como base para a fundamentação teórica, mas gostaria que você indicasse outros livros que poderiam me ajudar (relacionados a jornalismo civico).
Obrigada!
=)
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